terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Depressão pós Parto no pai?

Associar a depressão pós-parto ao feminino, no entanto, a a minha pesquisa levou-me a números bastantes surpreendentes. Um em cada cinco recentes papás sentem os sintomas da depressão pós-parto.  
Esta alteração deve-se às alterações socais nas ultimas décadas. Alterações que se prendem essencialmente com mudanças de tarefas de género. Ao contrário de outrora, agora o pai está mais presente nas rotinas do bebé. As estatísticas também indicam que no novo século os pais levantam-se mais à noite para  fazer o biberão ou pegar no bebé. Alguns mantêm o berço do seu lado e não do lado da mãe, para não a sobrecarregar. O que acabam por se sobrecarregar a eles próprios.
Um bebé traz novas responsabilidades e a vida não fica de todo mais fácil. Depois da excitação inicial do parto e da intensa sensação de ser pai vêm as mudanças no estilo de vida, o sentir que ser pai é para sempre, mudanças na relação com a esposa/companheira, novos papeis a aceitar, conhecer a mãe por trás da mulher, tudo isto pode ser aterrador e um risco para desenvolver uma depressão pós-parto.

Como afecta o bebé

Estudos feitos recentemente revelam que especialmente os bebés do sexo masculino são os mais afectados por um pai com depressão pós-parto: evidenciando mais problemas comportamentais e emocionais nos primeiros anos de vida do que bebés do sexo feminino ou do que bebés que não tenham um pai com pós-depressão. O envolvimento de um pai com depressão pós-parto pode ser diferente do envolvimento de um pai que não sofra desta condição.

Sintomas da depressão

A mudança que o novo bebé traz ao dia-a-dia pode muitas vezes camuflar o que podem ser sintomas de depressão pós-parto. O pai sente a obrigação de fazer com que a recém-mãe se sinta bem e em recuperação, bem como ter a capacidade de lidar com as mudanças que um recém-nascido traz à sua vida.
O pai impõe a si próprio o padrão de ser um super-homem e um super marido. As mulheres, aqui, têm um papel fundamental para que esta adaptação seja o mais Ajustar-se à nova vida e assumir as responsabilidades de ter um filho(a) no mundo não é tarefa fácil para ninguém, quer seja homem ou mulher. No entanto, assumir medos e receios não é algo muito comum na cabeça dos homens, sendo fácil não notar os primeiros sinais da depressão pós-parto, pois a tendência natural de um homem é ignorar ou não dar importância a pensamentos ou sentimentos que podem revelar esta condição. habitualmente, o nos casos que já tive em consulta a queixa é sentirem pouca paciência com os demais, seja em casa, no trabalho ou mesmo no transito. A impulsividade e a agressividade toma conta destes pais que por este ou aquele comentário ficam fragilizados.
Um pai que luta para estabelecer um laço emocional com o seu recém-nascido sente-se também desligado da sua mulher e até da vida, seguindo-se a sensação de que não é “merecedor” de ser pai e procurando justificação para este tipo de sentimentos. Ao mesmo tempo, surge uma luta para suprimir todos os sentimentos negativos devido ao embaraço, medo e frustração que lhe provocam. Neste processo entra outro: a transformação da relação familiar. Repartir a atenção com a mulher, e repartir  a atenção da mulher com um novo ser. Deparar-se com a realidade, reparar em expectativas frustradas, quer do novo ser, quer da nova mãe, quer do novo dia a dia.
Qualquer pessoa que experiencie este tipo de sentimentos deve dirigir-se a um psicólogo clinico, pois em casos extremos podem surgir ideações suicidas ou mesmo a tentativa de homicídio. No entanto, é importante saber distinguir entre o cansaço devido à privação de sono e os sintomas de uma depressão pós-parto.

Os sintomas mais comuns são:

  • Pensamentos obsessivos
  • Dor no peito ou dificuldade em respirar
  • Sentimentos de impotência ou de inadequação
  • Incapacidade de se ligar emocionalmente ao bebé
  • Incapacidade de manter os padrões de sono
  • Pensamentos suicidas

Existem algumas circunstâncias que tornam um homem numa pessoa de maior risco de sofrer uma depressão pós-parto:

  • Historial de depressão
  • Um nível de stress diário muito elevado
  • Trauma ou dificuldade durante a gravidez
  • Problemas financeiros
  • Falta de sono
  • Mãe com depressão pós-parto
  • Pouco ou nenhum apoio social

Procurar e encontrar ajuda

Isto é uma doença que tem cura e conseguir ultrapassar a depressão pós-parto é possível para um pai. Se sentir que o seu parceiro pode estar a passar por uma depressão, é importante que o primeiro passo seja ajudá-lo a superar esta doença, levando-o a procurar ajuda. Conversar com o ele sobre o assunto de uma forma compreensiva e aberta, apoiando-o e encorajando-o a conversar com um médico ou profissional de saúde mental é um excelente passo. 

Para ambos os pais evitarem uma depressão pós-parto

Para ambos os pais é importante aliviarem o stress que surge logo que o recém-nascido entra nas suas vidas. Para tal é boa ideia:
  • Terem um plano financeiro e um orçamento preparado que comporte as despesas de um bebé.
  • Mantenham os canais de comunicação abertos: partilhem um com o outro sentimentos, medos e anseios relativos a esta nova fase da vida.
  • Criem formas de partilhar as obrigações; conversem e decidam por ex: o pai pode amamentar o bebé durante a noite com biberão, em vez de ser sempre a mãe a fazê-lo.
  • Contratem uma ama ou peçam a um amigo que tome conta do bebé pelos menos uma vez por semana, saiam e vão divertir-se sozinhos; e nada de conversar sobre o bebé, apenas conversa de adultos!
  • Façam exercício regularmente e tenham uma alimentação saudável.
  • Conversem com um psicólogo ou psiquiatra nem que seja sobre os anseios que podem estar a sentir nesta fase conturbada.

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