quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Como ajudar o seu filho com Enurese noturna?

Antes de mais o que é a Enurese?
Irei dar a definição de enurese baseada no diagnóstico do DSM-V (Manual de Doenças Mentais)
     1)  Eliminação involuntária de urina durante o dia ou à noite(noturna);
     2)  Os episódios de eliminação involuntária de urina devem ocorrer pelo menos duas vezes por semana durante três meses seguidos. Se ocorrem menos do que dois episódios por semana, devem produzir sofrimento e prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico, ou em outras áreas importantes na vida do indivíduo/criança;
     3)  Idade cronológica, ou mental, acima de cinco anos;
     4)  A eliminação involuntária da urina não deve ser atribuída aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância, ou a uma condição médica geral, tal como espinha bífida e diabetes.
• A maioria das crianças perde as fraldas entre o segundo e o quarto ano de vida. A maioria das crianças consegue essa autonomia primeiro durante o dia, para depois conseguir permanecer seca durante a noite.
• Existem quatro formas de classificar a enurese:
     1)  Enurese noturna: Falta de controle sobre a urina durante a noite (ou sono);
     2)  Enurese diurna: Eliminação involuntária de urina durante o dia (ou vigília);
     3)  Enurese primária: Quando a criança nunca conseguiu controlar a urina;
     4)  Enurese secundária: Quando a criança perde o controle por algum acontecimento de vida, quando já tinha conseguido controlar a urina à pelo menos seis meses seguidos.

A enurese deve-se a fatores emocionais, comportamentais e de relacionamento.
Para discutir esses fatores, é preciso separá-los entre causas e efeitos da enurese. Muitos pais acreditam que as suas crianças molham a cama por terem o sono pesado. Realmente, crianças enuréticas são mais difíceis de serem acordadas para sinais importantes embora não há relação entre crianças com o sono pesado e a enurese.

Outra crença comum aos pais é de que seus filhos molham a cama como consequência de problemas emocionais. Isso pode ser verdade, principalmente quando a criança já obteve o controle e voltou a molhar depois de situações stressantes, como separação dos pais, nascimento de um irmão, doença de um membro da família. A criança pode também ser “recompensada” pelas molhadas, quando é autorizada a ir dormir na cama dos pais após molhar a sua própria, ou elogiar na manhã que acordou limpa.  Um outro fator que pode ser um complicador da enurese é o medo do escuro ou de levantar à noite, que pode impedir a criança de ir até à casa de banho. Uma luz de presença poderá fazer toda a diferença. embora nunca esquecendo o conversar com a criança sobre os seus medos e nunca transmitir que não têm fundamento. Todos temos medos sem fundamento!

Podem também fatores psicossociais podem estar associados ao xixi na cama. Por exemplo, ambientes sociais menos favorecidos, pais com menos tempo para as crianças, repreensões dos pais de forma brusca, sem paciência. Parece haver relação também com a falta de amamentação, experiências traumáticas nos primeiros anos de vida e conflitos familiares, principalmente violência psicológica entre o casal.

Segundo a linguagem do corpo a Enurese representa emoções reprimidas, tensões e
medos liberados durante o sono. A criança como não se permite (ou não a permitem) chorar, expressar o seu sofrimento durante o dia, ela chora durante a noite, e pune-se também.

Tratamento

Apesar de alguns médicos defenderem que o tratamento com alarme para urina é mais eficaz, tudo indica que a categoria recomenda neste tratamento é a combinação do aparelho com a psicoterapia cognito-comportamental.

O acompanhamento psicológico é crucial para conseguir o apoio familiar neste processo, bem como atender aos seguintes procedimentos:

Alguns procedimentos e cuidados a ter para com a criança:
  • Não voltar a colocar a fralda;
  • Não ralhar quando a criança faz xixi e cocó, nem exercer qualquer tipo de punição agressiva;
  • Reforçar positivamente cada vez que a criança pede para ir à casa de banho, ou quando acorda com a cama limpa;
  • Começar por utilizar o bacio e depois a casa de banho;
  • Encorajar a criança a ir à casa de banho ou ao bacio e perguntar-lhe várias vezes se necessita de ir e leva-la até lá. Tornar este momento positivo e como fonte de bem-estar para a criança;
  • Deixar a criança levar um boneco quando vai à casa de banho para sentir mais segura e relaxada;
  • Passar algum tempo com a criança a brincar livremente para que sinta segurança e apoio na relação parental e progressivamente se sinta mais estável e tranquila emocionalmente.

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