sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Filme: O enigma das cartas - Autismo tem cura


SINOPSE
Quando o marido de Ruth Matthews (Kathleen Turner) morre numa queda, quando à noite fazia escavações arqueológicas numas ruínas maias, a filha mais nova do casal, Sally (Asha Menina), reage à morte do pai de maneira muito estranha, pois ao voltar para casa não profere uma só palavra. Quando o comportamento de Sally piora, Ruth vê-se obrigada a deixar que Jacob T. Beerlander (Tommy Lee Jones), um especialista em crianças autistas, examine a sua filha. Jacob tenta tirar Sally da sua desordem mental por métodos tradicionais, mas Ruth tenta de outra maneira, ao reproduzir em grande escala um castelo de cartas que sua filha tinha construído. Por mais estranho que seja, Ruth crê que só assim terá Sally de volta.


O OLHAR DA PSICOLOGIA

Muitos discordam do diagnóstico de autismo, afirmando que o correto seria algo como “transtorno reativo”. O mais importante mesmo é conhecer Sally, percebê-la, ouvi-la, estar com ela para compreender quais são suas dificuldades reais. Enquanto o médico procura tratar o sintoma, seguindo o paradigma médico, a mãe decide  arriscar “estar com”. Ao se tornar quase uma “psicoterapeuta”, Ruth abre espaço para re-significação, não só da filha, mas também do encontro com o próprio luto não vivenciado. O renascimento ocorre a partir desse encontro verdadeiro, onde todo a simbologia das cartas podem ser experienciadas em conjunto, trazendo nova re-significação para toda a família. O paradigma médico, representando polaridade oposta à atuação da mãe, permite que esta reconheça a presença do “sintoma”, favorecendo a integração. O filme retrata o processo de elaboração do luto a partir do sintoma evidenciado em um membro da família. Para psicoterapia de casal e família é um prato cheio. O filme não foi aclamado pela crítica cinematográfica, entretanto fica evidente a sua importância como disparador de reflexão humana.

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