quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Prevenção do cancro? Boa Ideia!

Por ano morrem pelo menos 30 mil pessoas vítimas de cancro, doença cujos índices de mortalidade já ultrapassaram as doenças cardiovasculares. Hoje no Dia Internacional de Luta contra o Cancro devemos pensar na prevenção.

Para isso transporto-vos para o passado onde encontrávamos na maior parte das civilizações, um conjunto de práticas amplamente utilizadas, genericamente agrupadas sob a denominação de “Meditações”. Existem referências a isso no Egipto antigo, na tradicional medicina chinesa, na sabedoria hermética dos cabalistas e até mesmo na bíblia, onde frequentemente se diz que “um profeta ou autoridade espiritual subia a montanha e se retirava para meditar…”.
Normalmente associa-se a ideia de meditar a uma finalidade espiritual, filosófica ou mental. Um esforço para, de alguma forma, evoluir ou aprimorar-se como ser humano.
Tudo isso é verdade. No entanto, os olhos atentos da ciência moderna, começam a perceber que as práticas de meditação contém uma sabedoria ainda mais ampla que contempla não apenas as finalidades evolutivas e espirituais do homem, mas que também exercem uma influência importantíssima no seu corpo e na sua saúde. Parece que os antigos já sabiam disso: a meditação também pode ser usada de forma muito eficiente como terapêutica do corpo físico, pois limpa as toxinas do sangue que nós no dia a dia intoxicamos com pequenas raivas do transito, invejas no shopping, medos na escola dos filhos, culpas nas relações interpessoais, ou decepções nas relações amorosas. Para mim a mais forte toxina é a falta de perdão, principalmente um perdão que não se concretizou e é carregado desde a infância, a falte de perdão do pai, ou da mãe...
O mundo quotidiano e os seus problemas
O quotidiano da vida nos dá um certo ritmo e sensação de estarmos engajados no movimento dos fatos. No entanto, “reveste-nos” e nos faz viver papéis, personagens. Somos ao mesmo tempo: pai…mãe…profissional…cidadão….eleitor…consumidor….contribuinte...
Cada um desses personagens tem voz própria, os seus próprios desejos anseios, problemas, responsabilidades. O resultado disso é esse matraquear contínuo na nossa mente, dia e noite, "teremos que ser assim, não podemos errar". Pensamentos densos, pesados, preocupados, ansiosos.
São as vozes das nossas funções quotidianas.
E principalmente porque o apelo da mente diz para não parecer menos do que o outro, não poderemos ter menos, ser menos. Desde a infância que queremos os mesmos brinquedos que os outros, comparados com os outros ficamos magoados com a mãe, o pai, porque os comparamos com os pais dos outros. Principalmente comparando com o pouco que conhecemos dos outros, e damos importância demasiada às coisas materiais. 
Uma questão muito importante é a publicidade que recebemos através dos mass média de que ser mau é que está na moda, raivoso e com manifestação de sentimentos negativos.
Na linguagem moderna, isso é o que se chama “Stress” com todas as suas consequências físicas e emocionais. Pensamentos e tensões em presença permanente na nossa cabeça.
Além disso, o quotidiano estabelece em nós uma doentia ligação com o passado e com o futuro .
  • Arrependimentos, mágoas, lembranças e saudade em relação ao que já passou.
  • Ansiedades, medos, preocupações e expectativas em relação ao que ainda virá.
Com isso, somos afastados do único tempo que realmente nos pertence: o instante presente. Somos praticamente inabilitados para permanecer plenamente presentes no aqui e no agora. Este aspecto de mora importante é trabalhado em psicoterapia e na meditação também. Aprender a viver no aqui e no agora com uma sensação de gratidão que nos transmite felicidade.
No entanto, é no presente que tudo pode acontecer. Ele é tudo o que realmente possuímos. É no presente que praticamos a arte de viver e de modificar as coisas.
Em resumo, o quotidiano, apesar de necessário, deve ser vivido com cautela, uma vez que possui alto potencial de desequilibrar a nossa energia originando doenças físicas e emocionais.
O que é meditar?
Podemos chamar de meditação, a qualquer prática capaz de “silenciar” por algum tempo a nossa mente de todas as preocupações e pensamentos invasores da vida quotidiana. Propiciar o estado de “mente vazia”, altamente benéfico para o organismo e para a clareza mental. O estado mental assim gerado é terapêutico para a oncologia, pois para além de facilitar os tratamentos é uma fortíssima fonte de prevenção.
As suas emoções agradecidas poderão usufruir a oportunidade de se reorganizar com clareza. O silenciar da racionalidade intelectual torna tudo mais claro e simples.
Desenvencilhado temporariamente os seus papéis e as vozes dos personagens, o ser humano tem uma percepção mais clara de si mesmo como personagem central e mais importante da sua própria vida. Deixa de pensar tanto "o que os ouros estão a pensar de mim" para pensar "o que é essencial para mim".
Nesse estado de serenidade, possibilidades inéditas poderão aflorar. Isso diz respeito a todos os âmbitos da realidade:
  • realidade intelectual
  • realidade emocional
  • realidade afetiva
  • realidade física-corporal
  • realidade espiritual.
A mente vazia passa a ter uma visão de totalidade sistémica da vida e de você mesmo.
Isso pode ativar mecanismos de saúde e criatividade, inéditos e surpreendentes para uma mente antes sobrecarregada e fragmentada pelos múltiplos papéis e funções da vida quotidiana.
Outro efeito fundamental é a abertura para o momento presente.
A sensação de tempo vai-se modificando.
O “agora” surge vitorioso desvinculado da contaminação danosa e angustiante do passado e do futuro. Você torna-se um ser que está no “presente no agora”. E aumenta o poder de decisão, decidindo assertivamente e de forma certeira sem mais tarde se arrepender.
Sente a sua  presença ampla.
Sente que faz parte da sua vida e das situações que a rodeiam.
Por se perceber melhor, pode atuar de forma mais serena, eficiente e prazerosa.
O âmbito emocional e “motivacional” sofrem, portanto um importante reequilíbrio. É dada a importância correta e justa para cada fato, sem distorções.
Como médicos, nos tornamos muito atentos aos efeitos físicos das práticas meditativas e nesse aspecto em particular, devemos adotar um rigor mais rígido. A nós só interessam os efeitos que possam ser comprovados por critérios cientificamente aceites. Torna-mo-nos uns observadores do que nos acontece, sem julgamentos.
A nível físico, modificações importantes acontecem quando se pratica regular e sistematicamente a meditação. E passo a cita-las:
  • A ciência tem mostrado uma diminuição dos níveis sanguíneos de catecolaminas (substâncias relacionadas com o Stress).
  • A frequência cardíaca tende a se reequilibrar.
  • Pesquisas realizadas com pacientes idosos portadores de insuficiência cardíaca, mostraram acentuada melhora dos parâmetros cardiológicos.
  • Observa-se uma tendência a melhorar os níveis de pressão arterial.
  • O ritmo respiratório equilibra-se, pois aprende a respirar.
  • A hipófise é estimulada positivamente com sentimentos de amor, acolhimento e aceitação de si e do seu corpo ( glândula que comanda todas as outras e comanda o sistema endócrino) equilibra a produção de todos as hormonas. Portanto quase todas as funções orgânicas tendem a organizar-se harmonicamente.
  • Quadros ginecológicos de endometriose, dispareunia, algia pélvica, tensão pré-menstrual , disfunções menstruais e síndromes climatéricas apresentaram acentuadas melhoras.
  • Trabalhos realizados com pacientes oncológicos têm mostrado uma melhora acentuada da qualidade de vida e alívio importante da sintomatologia.
  • O sono melhora e, portanto, o desempenho na vigília também.
Toda a qualidade de vida sofre uma importante reformulação harmoniosa.
Como se pratica a meditação?
No decorrer de milénios, muitas técnicas foram descritas. Todas elas convergem para a mesma finalidade básica: esvaziar a mente e propiciar uma visão mais ampla e mais real da vida.
Pode-se silenciar a mente pela concentração do pensamento:
num som , numa frase 
numa emoção (amor….paz….felicidade)
num órgão do corpo (muito utilizada em meditação terapêutica),
numa intenção ( saúde…harmonia…prosperidade).
numa impressão (luz….cor….brilho…ruído de água ou de vento)
A meditação pode estar calcada num ritmo respiratório específico ( ex: respirar lenta e profundamente). Existem muitos ritmos respiratórios já estudados, cada um com uma finalidade específica.
Muitos métodos combinam mais de uma prática.
Por exemplo: respirar / visualizando um órgão /com uma certa cor .
Um artifício muito eficiente é a mentalização de um ponto situado pouco abaixo do umbigo (chamado ponto Hara). Ele deve ser visualizado em cor alaranjada. Quente e pesado.
Para ele devem ser “drenados” todos os pensamentos e tensões da vida quotidiana que não têm solução no momento. Tudo aquilo que constitui um problema mas não tem nenhuma ação possível no instante presente.
O pensamento desadaptado da ação é tóxico para a mente. Impede a criatividade e a gestão emocional. Converte-se em ansiedade estagnante. (Ex: falta de paciência com os filhos/marido)
Dizem os sábios orientais , que os problemas confiados ao ponto HARA, farão surgir na mente, tão logo seja possível, a solução e a oportunidade de uma ação eficaz para que o problema se resolva. Provavelmente, o nosso cérebro agora tranquilizado torna-se mais atento para perceber possibilidades de ação adequada que ele não era capaz de resolver.
Pedimos a todos que não acreditem nem em nós… nem nos sábios orientais.
Apenas pratiquem, experimentem e tirem suas próprias conclusões.
Inscrições abertas para a Meditação terapêutica 962813274 
Permita-se ser feliz....

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