segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Vamos brincar a meditar?

Como poderei eu transmitir calma e serenidade, confiança e segurança mantendo uma concentração na escola ao meu filho? 
Pergunta de tantos pais....

      Muitos pais dizem que o judo, futebol, natação, inglês, balé, já não são suficientes para descarregarem as energias... Mas como não poderia ser de outra maneira? São actividades a gerarem mais energia!!!!
Necessitamos de estimular o que queremos atrair. E que tal estimular a atenção plena e a serenidade para atrair a concentração?
A Meditação é o estimulo perfeito!!!
Sim, meditação, aquele ato consciente de retirar-se, normalmente em quietude, que parece impensável para seres a andam a 1000 à hora como crianças. Mas elas podem, sim, meditar. E fazem isso com prazer, desde que o ato de meditar não seja mais uma obrigação – como o judô, natação, etc.etc. a que muitos pais submetem os seus filhos.
      Está a imaginar aquele traquina que não larga os videojogos transformado num anjinho sentado em posição de lótus, repetindo mantras por horas, calma lá. Embora tenha, em linhas gerais, os mesmos objetivos e benefícios que traz para os adultos, a meditação para crianças segue três regras básicas. A primeira delas é que a criança não deve se sentir obrigada a praticá-la. A segunda é que os pequenos devem meditar por pouco tempo, alguns minutos apenas as crianças distraem-se muito. A terceira dica é que toda a meditação deve seguir uma orientação guiada por um adultos, pelo menos no início.
      A criança não “aprende” a meditar e nem, quando os pais dizem “é hora de meditar”, ela, como por mágica, vai para o quarto e começa a prática, como se estivesse estudando para a prova de ciências. Não é assim. O ideal é que haja uma evolução natural: a criança começa com um minuto por dia, depois de ouvir uma história ou seguindo uma orientação passo a passo. Algo suave como: “Feche os olhinhos, pensa no ar que está a enchendo o seu peito, conta... ar entrando, ar saindo... ar entrando, ar saindo... agora presta atenção, vais ouvir um som...” E por a diante. A intenção é levar a criança a um estado ainda mais avançado que o do simples relaxamento; é como se o cérebro se desligasse de pensamentos por alguns momentos.
      Depois de meditar por um minuto num dia, a criança pode conseguir por dois minutos, três, quatro. Em seguida, pode ter vontade de fazer por conta própria, quando quiser. Acredite: não é impossível. 

       Olhar interior
       E para que uma criança medita? Porque, como os adultos, elas também sofrem com o stress diário, mesmo que não pratiquem judô, natação e outras 20 atividades semanais. Elas precisam escapar das preocupações – a proximidade de uma prova ou a desavença com um colega, por exemplo, e podem aprender a se conectar consigo mesmas. Verdade que a infância é momento de gastar energia e descobrir o mundo exterior. Mas há quem defenda a meditação por considerar que as crianças hoje estão superexpostas a estímulos externos. A prática ajuda a torná-las mais concentradas e relaxadas – e quem convive com os pequenos sabe o quanto isso pode ser benéfico.
      “Quando aplicada corretamente, a meditação ensina a criança a ter autocontrole”, diz a psicóloga norte americana Deborah Rozman, autora de Meditação para Crianças. Segundo ela, estudos comprovaram que a meditação ajuda pequenos muito inquietos a controlar o temperamento. “Crianças hiperativas têm mais dificuldade de meditar, mas são extremamente beneficiadas quando conseguem”, completa Márcia de Luca, fundadora do Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda (Ciyma), de São Paulo.
      Desligar-se por alguns minutos dos problemas passados e futuros tem efeitos físicos e psíquicos comprovados por diversos estudos. A meditação ajuda a liberar endorfina, que produz sensação de bem-estar, ao mesmo tempo que diminui a produção de adrenalina (que, nas crianças, está sempre lá em cima) e cortisol (hormona ligado ao stress). “Cinco minutos de meditação antes da aula ajudam a criança a absorver o aprendizado”, diz Márcia de Luca, que já deu orientação a professores.
      Uma bela maneira de colocar a criança em contato com a meditação é através de atividades lúdicas. No templo de budismo tibetano Odsal Ling, em Cotia, acontece no primeiro domingo de cada mês a Ciranda do Dharma, para crianças de 5 a 11 anos. O lama Norbu conta histórias com algum princípio budista e depois faz atividades relacionadas. Por exemplo: quando foi contada a história do padeiro sovina que aprendeu a dividir o pão, as crianças da Ciranda fizeram diversos pães.
      No final, há meditação e recitação de mantras de forma rápida, que as crianças adoram. “Usamos algum instrumento de apoio, como um sino, para ajudar no foco da meditação”, explica o lama Norbu. No budismo tibetano, a meditação é feita por meio de um mantra ou verso indicado para cada pessoa. “Tradicionalmente, as crianças não recebem formação para a meditação antes dos 11 anos, mas, com orientação adequada, práticas simples de meditação podem ser introduzidas para crianças menores.”
      Não há consenso para o inicio da prática da meditação. Um conceito muito utilizado é o de que a criança está pronta para meditar quando consegue acompanhar uma história, prestando atenção, algo como assistir O Rei Leão até o fim. 

      Conseguir que a meditação seja algo prazeroso é o nosso lema juntando o lúdico com o gosto do silencio!!

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